A _ cor _ dar , é preciso !


domingo, novembro 30, 2008

Côr de poesia gestual .

Apesar de saber dos variadíssimos problemas que os surdos mudos ou apenas mudos enfrentam ... quando deparo com dois a conversarem na sua lingua gestual , fico como que hipnotizada.
Gosto muito de mãos , e momentos há , que trasmitem magia ... !

Quando vi este filme , considerei- o interessante.

Mas existe nele uma cena que me " obrigou " a revê-lo ...
A descrição das ondas do mar pela protagonista _ a actriz Marlee Matlin _

No movimento das suas mãos subindo pelo peito , com pequenas paragens , uma delas na zona do coração e uma outra na garganta ... vi o mar com as suas ondas , vi beleza , vi sentimento , vi poesia , vi êxtase , vi . . . e tudo em silêncio.

Admirei o mar na sua plenitude e na sua força , porque silenciosa , apaziguadora !

sábado, novembro 29, 2008

Côr de M. A. _ metadinha _


Tenho
Razão de sentir saudade, tenho razão de te acusar.
Houve um pacto implícito que rompeste e sem te despedires foste embora.
Detonaste o pacto.
Detonaste a vida em geral.
A comum aquiescência de viver e explorar os rumos de obscuridade sem prazo, sem consulta sem provocação , até o limite das folhas caídas na hora de cair.
Antecipaste a hora.
Teu ponteiro enlouqueceu, enlouquecendo nossas horas.
Que poderias ter feito de mais grave do que o acto sem continuação, o acto em si, o acto que não ousamos nem sabemos ousar porque depois dele não há nada?
!Tenho
Razão para sentir saudade de ti , de nossa convivência em falas camaradas, simples apertar de mãos, nem isso, voz modulando sílabas conhecidas e banais que eram sempre
certeza e segurança.
Sim , tenho saudades.
Sim, acuso-te porque fizeste o não previsto nas leis da amizade e da natureza.
Nem nos deixaste sequer o direito de indagar porque o fizeste , porque foste
!



Drummond  de   Andrade


 Porque foste , estando cá ?! Há muitas formas de morte. Não querer viver é uma delas. Continuamos cá , como sempre . E quando acreditares em ti , acreditarás em nós. Tenho a certeza que nos encontraremos , se não for agora ... será mais tarde ... porque a amizade é eterna !

segunda-feira, novembro 24, 2008

Côr de Rómulo de Carvalho .



Inútil definir este animal aflito.
Nem palavras ,
nem cinzeis ,
nem acordes ,
nem pinceis
são gargantas deste grito.
Universo em expansão.
Pinceladas de zarcão desde mais infinito a menos infinito.!

_ Homem _

António Gedeão

Um pequeníssimo e mais que modesto lembrar do centenário do seu nascimento.
Um " obrigada " por tudo O que foi e escreveu.

domingo, novembro 23, 2008

Côr de concha das mãos .



Na montanha viviam dois ermitas que adoravam Deus e se respeitavam mutuamente.
Os dois possuíam uma bilha de barro.
Um dia o mais velho foi ter com o mais novo e disse-lhe _ Há muito que vivemos juntos. O melhor é separarmo-nos e repartirmos o que temos.
O mais novo respondeu _ fico triste com a tua decisão , mas se é assim que queres , assim seja.
Foi buscar a bilha e deu-a ao companheiro.
_ Não a podemos repartir , fica tu com ela _ .
O mais velho recusou . _ Não quero a tua caridade. Quero apenas o que me pertence ... metade da bilha .
_ Mas se a partirmos para que servirá ? Se concordares tiremos à sorte.
Mas o mais velho insistiu .
Temos que a dividir , não quero confiar à sorte os meus direitos.
_Faça-se o que desejas , vamos quebrá-la e reparti-la .
Foi então que o mais velho gritou ... _ Maldito cobarde , não és capaz de lutar ?!

Khalil Gibran _ O Louco _

Depois de lêr este conto , apercebi-me que toda a minha vida tem sido " um não partir bilhas " , e , menos ainda , " lutar por elas " .
Se não pode ser para mim , porque não para ti ?!
Não o faço , mesmo correndo o " risco " de ser apelidada de cobarde.
Há sempre algo que as substitua .
A concha das mãos !


Lutar por objectos . . . Não !
Lutar por objectivos , ideias , crenças , posturas . . . Sim .!

sexta-feira, novembro 21, 2008

Côr de René Magritte .



Será
Que algumas vezes vezes , senão sempre,

estamos a ser observados , por aquilo que
ingerimos ?!

quinta-feira, novembro 20, 2008

Côr de perspectiva .



Certo dia do mês de Junho , a erva disse à sombra de um álamo ...
_ Moves-te vezes demais da esquerda para a direita e pertubas a minha paz._
_ Eu não , eu não. _ Respondeu a sombra.
_ Olha lá para cima .
Há uma arvore que se agita ao vento , de Este para Oeste , entre o sol e a terra._
A erva olhou para cima e , pela primeira vez , viu a arvore .
E dise de si para si ...
_ Não sabia que havia ervas maiores que eu ! _

E ficou em silêncio .

Khalil Gibran _ em o Vagabundo _

terça-feira, novembro 18, 2008

Côr de ... poderia.



Penso que poderia desviar-me e viver com os animais.
São tão plácidos e retraídos .
Paro e fico a olha-los longa e longamente.
Eles não se angustiam nem se lamentam sobre a sua condição.
Não ficam despertos nas trevas , chorando pelos seus pecados
e
não me aborrecem discutindo as suas obrigações perante Deus.
Nenhum é insatisfeito ou enlouquecido pela mania de possuir coisas.
Nenhum se ajoelha ante o outro, nem ante os que viveram há milhares de anos .
Nenhum é respeitável ou infeliz sobre a terra inteira .
!


Walt Whitman


Penso ... tenho a certeza !

segunda-feira, novembro 17, 2008

Côr de ... é preciso .



É possível falar sem um nó na garganta ,
é possível amar sem que venham proibir ,
é possível correr sem que seja fugir.

Se tens vontade de cantar não tenhas medo ... Canta.
É possível andar sem olhar para o chão ,
é possível viver sem que seja de rastos.
Os teus olhos nasceram para olhar os astros .
Se te apetece dizer não grita comigo ... Não.

É possível viver de outro modo.
É possível transformares em arma a tua mão.

É possível o amor.
É possível o pão.
É possível viver de pé.

Não te deixes murchar.
Não deixes que te domem.
É possível viver sem fingir que se vive.

É possível ser homem.
É possível ser livre .


Manuel Alegre

É preciso ...
acreditar .!

domingo, novembro 16, 2008

Côr de gradeamento .



Nem todo o corpo é carne ... Não , nem todo .
Que dizer de pescoço , às vezes mámore , às vezes linho , lago , tronco de arvore , nuvem , ou ave , ao tacto sempre pouco ... ?

E o ventre , insistente como lodo .
E o morno gradeamento dos teus braços.
Não meu amor ... nem todo o corpo é carne . . .
é também água , terra , vento , fogo ...

É sobretudo sombra à despedida , onda de pedra em cada reencontro , no parque da memória o fugidio vulto da Primavera em pleno Outono ...
Nem só de carne é feito este presídio .
Pois no teu corpo existe o mundo todo !

David Mourão Ferreira

sábado, novembro 15, 2008

Côr de levitante de instintos .



A paciência ,
é um gato a engolir a tarde num trago de ócio,
esse casulo suspenso sob a esteira das acácias onde o amarelo amadurece , aguardando, sabe-se lá que carta de destinos, no sono circular das esperas e dos deslumbramentos.


Havia de me pertencer esse saber felino de só pisar a erva no rasto seguro
e
levitante dos instintos e dos pressentimentos.

Havia de cobiçar com tamanha agilidade, o espólio da serenidade que só nos confins dos seus olhares de vidro solar se pode tomar quinhão.

Só com a paciência voltejante dos gatos se podem beber as paisagens incontempláveis,
as que se movem do êxtase da água para os domínios assombrosos do coração.

Paulo Ferreira Borges

quarta-feira, novembro 12, 2008

Côr de amor a Portugal .


. . .
_Porque recusa conhecer aquilo que existe à sua volta?
Não . Eu não vejo televisão portuguesa. Porque eu tenho que manter o meu amor a Portugal. Tenho que o manter a todo o custo. Portanto , estou muito numa redoma
_ É portanto uma forma de se fechar à realidade portuguesa para poder continuar a dizer que gosta de Portugal._
Portugal é o grande amor da minha vida. Eu não posso perdê-lo.
_ Sente que esse amor pode ser posto em causa se sair da redoma ?
Exacto . . . .

Pequeníssimo excerto de uma entrevista feita a Miguel Esteves Cardoso , por Carlos Vaz Marques , e publicada na revista Ler .

Será a forma mais correcta de amar.?!
Não sei até que ponto, é desta forma que todos amamos não só a Pátria , como também os nossos semelhantes.!
E talvez por não actuarem deste modo , haja ... os tristes e desencantados.
Será ?!

terça-feira, novembro 11, 2008

Côr de mandala .


Cada mandala
é
ao mesmo tempo um universo _ a unidade e a diversidade _
Com a sua forma _ circulo _ tem como centro o ponto.
Contudo , diz-se que o ponto não tem dimensão nem lugar.

Daí simbolizar a perfeição.
Podemos , então , dizer que no centro de tudo que é

_ circulo _ existe a chamada perfeição ?!

Oxalá .!

segunda-feira, novembro 10, 2008

domingo, novembro 09, 2008

Côr de ... com a natureza .



O dia pela frente . . .

Expirar ... inspirar ... expirar . . . !


Buda

sábado, novembro 08, 2008

Côr de Carmina Burana .



Gabriel
Agora que fizeste a grande viagem _ palavras tuas _ só podes ter sido recebido por Carl Orff.
Grande noite ... em que me apresentaste este Senhor.
Obrigada.
Continuarei a ouvi - lo aqui ... e tu , com a tua teimosia , obrigarás que te levem para um sítio onde exista a musica que sempre amaste.

Não te esqueças de guardar um bom lugar para o grupo .

Até sempre .!

quarta-feira, novembro 05, 2008

Côr de ... Nunca acontecido .



Apesar de ser avessa ao uso dado à política e mais ainda
a qualquer tipo de poder , seja ele preto, branco ou
outra cor ... considero que não se pode ficar indiferente
ao contentamento estampado no rosto , sobretudo , dos chamados Afro ... !
Daí ... congratulations Barak Obama.

terça-feira, novembro 04, 2008

segunda-feira, novembro 03, 2008

Côr de ... será ?!



" Sabemos que as palavras nos protegem do mundo "

Li algures. . .
Será
?!

E quem nos protege
de certas palavras
e
Sobretudo da intenção com que algumas são ditas ?!
Mais uma vez o
Silêncio ? !!!