A _ cor _ dar , é preciso !
domingo, novembro 30, 2014
sábado, novembro 29, 2014
Côr de vivo na beleza
desumano, na
pura catedral
vive um anjo.
Um anjo não tem olhos.
Um anjo não tem sangue.
Ele não vive na vida, ele não vive na morte ,
ele está vivo na beleza.
António Gamoneda
imagem _Sal Villagran _
António Gamoneda
imagem _Sal Villagran _
quarta-feira, novembro 26, 2014
sábado, novembro 22, 2014
Côr de florescer
E
houve um dia em que o risco de ficar presa
num botão , foi mais doloroso do que o risco
de florescer .
Anaïs Nin
imagem _ Marta Orlowska _
Todos nós já enfrentamos algo semelhante . . .
a resistência à mudanca , sobretudo a interior ,
pode tornar -se mais dolorosa do que a do medo
do salto para o desconhecido !
terça-feira, novembro 18, 2014
Côr de na palma da mão
Levo-te na palma da mão,
fechada , com medo que quebres e sofras dos
males do mundo !
Levo-te fechado , aninhado mas sempre tangível ,
e de quando em vez, quando te tocam com a
ponta do dedo ,
e te mostram um doce sorriso
amotinas-te , pululas acelerado , descompassado
e é impossível conter-te .
Sais , passeias-te alegre como se atravessasses
campos dourados semeados de trigo ,
ou dançasses em verdes prados ou sob azuis
mais intensos.
E fluis, e rebolas pelas colinas, e banhas-te em
riachos de água fria e, sorris … és feliz.
És simplesmente, feliz.
Pouco te importa o contratempo, a chuva, o trovão ,
o mau tempo …. És feliz!
Mas quando te feres e sangras
Nas pedras que a vida semeia ,
recolhes nas mãos que te cuidam , as mãos que te sanam a ferida ,
que te afagam e te aquecem e te servem de ermida ,
que te embalam até à próxima partida.
É impossível conter-te no peito!
males do mundo !
Levo-te fechado , aninhado mas sempre tangível ,
e de quando em vez, quando te tocam com a
ponta do dedo ,
e te mostram um doce sorriso
amotinas-te , pululas acelerado , descompassado
e é impossível conter-te .
Sais , passeias-te alegre como se atravessasses
campos dourados semeados de trigo ,
ou dançasses em verdes prados ou sob azuis
mais intensos.
E fluis, e rebolas pelas colinas, e banhas-te em
riachos de água fria e, sorris … és feliz.
És simplesmente, feliz.
Pouco te importa o contratempo, a chuva, o trovão ,
o mau tempo …. És feliz!
Mas quando te feres e sangras
Nas pedras que a vida semeia ,
recolhes nas mãos que te cuidam , as mãos que te sanam a ferida ,
que te afagam e te aquecem e te servem de ermida ,
que te embalam até à próxima partida.
É impossível conter-te no peito!
Fernanda Paixão imagem _ Urszula Tekieli _ |
domingo, novembro 16, 2014
sábado, novembro 15, 2014
Côr de mãos de vidro
Das tuas mãos de vidro, carregadas
De jóias tilitantes e doentes,
Das palavras que trazes afogadas ,
Das coisas que não dizes mas entendes . . .
Do teu olhar virado às madrugadas
De fantásticos e exóticos orientes,
Do teu andar de tule, das estocadas
Dos gestos que não fazes mas que sentes . . .
José Carlos Ary dos Santos
sexta-feira, novembro 07, 2014
Côr de posição de firme
Havia sido pedreiro desde menino .
Quando fez dezoito anos , o serviço militar obrigou - o a interromper o ofício .
Foi destinado à artilharia .
Um dia , num treino de canhão , mandaram que disparasse contra uma casa vazia . Ele tinha aprendido a fazer pontaria , e todo o resto . Mas não conseguiu . E aos gritos repetiram a ordem . Mas não . Não teve geito . Não disparou .
Ele havia construído muitas casas como aquela .
Teria podido explicar que uma casa tem pernas , afundadas na terra , e tem cara , como nos desenhos das crianças , olhos nas janelas , boca
na porta , e tem em seus adentros a alma que lhe deixaram os que a fizeram e a memória de quem a viveu .
Teria podido explicar tudo isso , mas não disse nada .
Se tivesse dito , seria fuzilado por imbecil .
Plantado em posição de firme , calou a boca . . .
e foi parar no calabouço .
Numa fogueira das serras argentinas , numa roda de amigos , Carlo Barbaresi conta essa essa estória do seu pai .
Aconteceu na Itália , nos tempos de Mussolini .
Eduardo Galeano _ Bocas do Tempo _
imagem _ Rozanne Bell _
Subscrever:
Mensagens (Atom)