A _ cor _ dar , é preciso !
segunda-feira, janeiro 25, 2016
Côr de ainda não sei
Quando fui ferida ,
por Deus , pelo diabo , ou por mim mesma ,
_ ainda não sei _
percebi que não morrera, após três dias,
ao rever pardais
e moitinhas de trevo.
Quando era jovem ,
só estes passarinhos,
estas folhinhas bastavam
para eu cantar louvores ,
dedicar óperas ao Rei .
Mas um cachorro batido
demora um pouco a latir ,
a festejar seu dono
_ ele, um bicho que não é gente _
tanto mais eu que posso perguntar . . .
por que razão me bates?
Por isso , apesar dos pardais e das reviçosas folhinhas
Uma tênue sombra ainda cobre meu espírito.
Quem me feriu , perdoe-me.
Adélia Prado _ Poesia reunida _
imagem _ Igor Fedorov
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3 comentários:
Gosto muito de Adélia Prado. Este poema vale logo para tornar o dia melhor.
Ola, Maria
Há tanto tempo que não vinha aqui!
O ano de 2015 foi dedicado, quase exclusivamente, ao meu livro, que, POR FIM, publiquei em Dezembro.
Agora já tenho mais um tempinho para visitar os blogs amigos...
Chegar aqui e deparar-me com Adélia Prado, de quem tanto gosto, e com este poema particularmente bonito... já valeu a viagem! :)
Uma semana radiosa desejo.
Beijinhos
MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS
Excelente escolha, bjbj Lisette.
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