Bebo
à casa arruinada,
às dores da minha vida,
à solidão, lado a lado ,
e
a ti também eu bebo .
Aos lábios que me mentiram,
ao frio mortal nos olhos,
ao mundo rude e brutal ,
e
a Deus que não nos salvou .
ANNA AKHMATOVA _ 1934 _
imagem _ Nicoletta T. Caravia
Bebo ,
ainda , a todos que por aqui passam . . . e até mesmo aos que não passam !
3 comentários:
Olá:
Palavras que desgastam, não é? Mas vamos beber para limpar tudo isso e respirar.Tudo tem solução.Só uma doença grave é que não.
Beijinho doce:)
Bebamos!
E como é bom beber da tua fonte, minha amiga.
Apertado abraço, Maria
Temos que beber a tudo isso por mais amargo que seja o sabor dessa bebida. Somos também obrigados a beber , com muita tristeza a este fumo que turva os céus, a este desrespeito pela natureza, a esta insensatez tremenda do ser humano. Mas, há sempre muita alegria quando levantamos o copo e bridamos à poesia e a pessoas maravilhosas como tu, Maria. A ti e às tuas cores faço hoje o meu brinde, mas não quero que seja o última. Obrigada, amiga pela partilha deste belo poema. Beijinhos
Emilia
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