Não,
não ofereço perigo algum . . .
sou quieta como folha de outono esquecida entre as páginas de um livro, definida e clara como o jarro com a bacia de ágata no canto do quarto .
Se tomada com cuidado , verto água límpida sobre as mãos para que se possa refrescar o rosto , mas se tocada por dedos bruscos num segundo me estilhaço em cacos , me esfarelo em poeira dourada .
Tenho pensado se não guardarei indisfarçáveis remendos das muitas quedas, dos muitos toques , embora sempre os tenha evitado .
Aprendi que minhas delicadezas nem sempre são suficientes para despertar a suavidade alheia , e mesmo assim insisto .
Caio Fernando de Abreu [ com alguns cortes ]
imagem _ Olaf Hojek _
É
verdade . Insisto , insisto ...
Para continuar a ser eu , e continuar a gostar - me !
1 comentário:
Boa tarde Lilaz!
Um texto que me faz pensar, e muito me identifico.
Gosto muito dos escrito do Caio F. de Abreu.
Andei um pouco ausente , mais já tem atualização por lá.
Desejo que o mês de setembro seja de muitas bênçãos em sua vida.
Abraços e sorrisos!
Um ótimo dia!
Enviar um comentário