A _ cor _ dar , é preciso !
sábado, setembro 30, 2017
Côr de a criação dos seres .
O
espírito tinha inicialmente , a forma de um homem e uma mulher enlaçados .
Mais tarde , este ser , ou Eu , separou -se em dois , dando assim
origem ao marido e esposa .
Uniu - se a ela . A humanidade foi engendrada por esta união .
A esposa perguntou - se . . .
Porque razão ele se une a mim , tendo - me engendrado a partir
dele ?
Vou esconder - me .
Ela transformou - se em vaca e ele transformou -se em touro .
Ela transformou - se sucessivamente em jumenta , cabra , ovelha , etc .
E foi assim que tudo o que tem forma de par foi criado na terra ,
do homem até às formigas .
Conto Indiano 700 a. C. _ Brihadaranya Upanihad _
Rosa do Mundo 2001 poemas para o futuro .
imagem _ Adonna Khare _
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Conto Indiano . Brihadaranya Upanihad
sexta-feira, setembro 29, 2017
Côr de burocracia
Sixto Martínez fez o serviço militar num quartel de Sevilha.
No meio do pátio desse quartel havia um banquinho. Junto ao banquinho,
um soldado montava guarda.
Ninguém sabia porque se montava guarda para o banquinho.
A guarda era feita por que sim, noite e dia, todas as noites, todos os dias,
e de geração em geração os oficiais transmitiam a ordem e os soldados obedeciam.
Ninguém nunca questionou , ninguém nunca perguntou.
Assim era feito, e sempre tinha sido feito.
E assim continuou sendo feito até que alguém , não sei qual general ou
coronel , quis conhecer a ordem original.
Foi preciso revirar os arquivos a fundo. E depois de muito cavoucar , soube-se . . .
Fazia trinta e um anos, dois meses e quatro dias, que um oficial tinha
mandado montar guarda junto ao banquinho, que fora , recém-pintado, para que . . .
ninguém se sentasse na tinta fresca .
Eduardo Galeano _ O livro dos abraços _
imagem _ Jean Baptiste Monge _
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Eduardo Galeano . O livro dos abraços .
quarta-feira, setembro 27, 2017
Côr de cortar rente
é
preciso cortar rente
tão rente que doa
e
ainda que rente
uma ou outra , voa .
imagem _ Albrecht Dürer _
segunda-feira, setembro 25, 2017
domingo, setembro 24, 2017
Côr de todos os dias
A
estranha prometeu que regressava logo . Já , o mais tardar .
Não sei quanto demorou . Talvez umas tantas noites ou escassos instantes . Nem sei .
Porque adormeci , ansioso por me suprimir .
Doeu - me acordar .
Nesse custo , entendi . . .
acordar não é a simples passagem do sono para a vigília . É mais um lentíssimo envelhecimento .
Cada despertar somando o cansaço da inteira humanidade .
E concluí . . .
a vida toda ela , é um extenso nascimento .
Mia Couto _ Cada homem é uma raça [ pequeno excerto ] _
imagem _ Olaf Hajek _
Depois
desta leitura , tornou -se claro ... o meu acordar sofrido , roçando a uma recusa .
Nascer dói .
Mas ,
logo , logo , aparece a Natureza , com as suas incomensuráveis belezas , que nos pega na mão e diz . . .
_ dói , mas vale _
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Mia Couto . Coisitas minhas
sexta-feira, setembro 22, 2017
segunda-feira, setembro 18, 2017
domingo, setembro 17, 2017
Côr de . . . segura o mundo
/ Quando
Baltasar entra em casa , ouve o murmúrio que vem da cozinha , é a voz da mãe , a voz de Blimunda, ora uma , ora outra , mal se conhecem e têm tanto para dizer ,
é a grande , interminável conversa das mulheres ,
parece coisa nenhuma , isto pensam os homens , nem eles imaginam que esta conversa é que segura o mundo na sua órbita , não fosse falarem as mulheres umas com as outras ,
já os homens teriam perdido o sentido da casa e do planeta .
José Saramago _ Memorial do Convento [ pequeno excerto ] _
imagem _ Francine Van Hove _
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José Saramago,
Memorial do Convento
terça-feira, setembro 12, 2017
Côr da pequena morte
Não
nos provoca riso o amor quando chega ao mais profundo da sua
viagem , ao mais alto do seu vôo . . .
no mais profundo , no mais alto , nos arranca gemidos e suspiros ,
vozes de dor , embora seja a dor jubilosa , e pensando bem não há
nada de estranho nisso , porque nascer é uma alegria que dói .
Pequena morte , chamam na França a culminação do abraço , que
ao quebrar - nos faz por juntar - nos , e perdendo - nos faz por nos
encontrar e acabando conosco nos principia .
Pequena morte , dizem . . . mas grande , muito grande haverá
de ser ,
se ao nos matar nos nasce .
Eduardo Galeano _ Mulheres _
imagem _ Claude Théberge _
domingo, setembro 10, 2017
Côr de sofrimento
Quando ,
a natureza reage ao desrespeito com o qual tem sido tratada . . .
enfrentamos
o
sofrimento !
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Cello duite nº1,
Johann Sebastian Bach
sexta-feira, setembro 08, 2017
Côr de sei
Sei
que o único canto ,
o único digno dos cantos antigos ,
a única poesia ,
é a que cala e ainda ama este mundo ,
esta solidão que enlouquece e despoja .
António Gamoneda _ Oração Fria _
imagem _ Christian Schloe _
segunda-feira, setembro 04, 2017
Côr de pequenos grandes amores
Ontem ,
os meus dois pequenos grandes amores completaram doze anos de vida .
Claro que a Mariana estava felicíssima e orgulhosa , pois _ " estás a uma linda rapariga " _ , o que mais se ouvia .
E
é verdade . Linda por dentro e por fora .
A Ana , também foi convidada para a festa , porém declinou o convite .
É uma gatinha muito reservada .
A sua festa foi entre nós . Dei -lhe todos os carinhos que ela não se acanha de pedir e um presente . Agradeceu com uma " torrinha " mais demorada .
Há um porém ,
a Ana tem ciúmes , enormes , da Mariana . Não posso tê - las juntas .
Mas é apenas com ela que tem esta reacção .
Já lhe expliquei que " chego " para as duas . Mas ela não entende :) !
E assim se passou mais um ano deste dois seres que muito amo !
Para o ano aqui estaremos . . . com toda a certeza .
sábado, setembro 02, 2017
Côr de dôr
A
maioria dos humanos receia o acto de morrer ,
Porém ,
viver , oferece - nos momentos incomparavelmente
mais dolorosos .
imagem _ Omar Galliani _
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