Quem fosse acompanhando juntamente
Por esses verdes campos a avezinha ,
Que despois de perder um bem que tinha ,
Não sabe mais que cousa é ser contente !
E quem fosse apartando-se da gente ,
Ela por companheira e por vizinha ,
Me ajudasse a chorar a pena minha ,
E eu a ela também a que ela sente !
Ditosa ave ! que ao menos , se a natura
A seu primeiro bem não dá segundo ,
Dá-lhe o ser triste a seu contentamento .
Mas triste quem de longe quis ventura
Que para respirar lhe falte o vento ,
E para tudo , enfim , lhe falte o mundo !
Por esses verdes campos a avezinha ,
Que despois de perder um bem que tinha ,
Não sabe mais que cousa é ser contente !
E quem fosse apartando-se da gente ,
Ela por companheira e por vizinha ,
Me ajudasse a chorar a pena minha ,
E eu a ela também a que ela sente !
Ditosa ave ! que ao menos , se a natura
A seu primeiro bem não dá segundo ,
Dá-lhe o ser triste a seu contentamento .
Mas triste quem de longe quis ventura
Que para respirar lhe falte o vento ,
E para tudo , enfim , lhe falte o mundo !
Luís Vaz de Camões
imagem _ Júlio Pomar _
2 comentários:
Uma cor linda, como sempre, Maria! Belo poema, mas mais belo ainda é saber-te aqui de novo, significando que estás bem o que me deixa feliz. Beijinhos, Maria e que os teus dias sejam abençoados.
Emilia
Boa noite Maria! Tudo bem amada?
Estava com saudades, ando meia que ausente, por isso a demora em estar aqui te lendo.
Gostei muito do poema, excelente.
Continuação de boa semana!
Um abraço!
Escrevinhados da Vida
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