A _ cor _ dar , é preciso !
Côr de Herberto Helder
E o poema cresce tomando tudo em seu regaço.
E já nenhum poder destrói o poema.
Insustentável , único ,
invade as órbitas , a face amorfa das paredes ,
a miséria dos minutos ,
a força sustida das coisas ,
a redonda e livre harmonia do mundo .
Em baixo o instrumento perplexo ignora
a espinha do mistério .
E o poema faz-se contra o tempo e a carne.
Herberto Helder
Até sempre, Poeta . . .
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