A _ cor _ dar , é preciso !
sábado, setembro 26, 2015
Côr de aceitação
Sem pressa ,
o vento faz passar pelos rostos , todas as cores
da vida , para que uma maior capacidade
de aceitação aconteça .
imagem _ Tomasz Alen Kopera _
Etiquetas:
aceitação,
coisitas minhas
segunda-feira, setembro 21, 2015
Côr de país . . .
No meu país não acontece nada
à terra vai-se pela estrada em frente
Novembro é quanta cor o céu consente
às casas com que o frio abre a praça
Dezembro vibra vidros brande as folhas
a brisa sopra e corre e varre o adro menos mal
que o mais zeloso varredor municipal
Mas que fazer de toda esta cor azul
Que cobre os campos neste meu país do sul?
A gente é previdente tem saúde e assistência
cala-se e mais nada
A boca é pra comer e pra trazer fechada
o único caminho é direito ao sol
No meu país não acontece nada
o corpo curva ao peso de uma alma que não sente
Todos temos janela para o mar voltada
o fisco vela e a palavra era para toda a gente
E juntam-se na casa portuguesa
a saudade e o transístor sob o céu azul
A indústria prospera e fazem-se ao abrigo
da velha lei mental pastilhas de mentol
O português paga calado cada prestação
Para banhos de sol nem casa se precisa
E cai-nos sobre os ombros quer a arma quer a sisa
e o colégio do ódio é a patriótica organização
Morre-se a ocidente como o sol à tarde
Cai a sirene sob o sol a pino
Da inspecção do rosto o próprio olhar nos arde
Nesta orla costeira qual de nós foi um dia menino?
Há neste mundo seres para quem
a vida não contém contentamento
E a nação faz um apelo à mãe,
atenta a gravidade do momento
O meu país é o que o mar não quer
é o pescador cuspido à praia à luz do dia
pois a areia cresceu e a gente em vão requer
curvada o que de fronte erguida já lhe pertencia
A minha terra é uma grande estrada
que põe a pedra entre o homem e a mulher
O homem vende a vida e verga sob a enxada
O meu país é o que o mar não quer
Ruy Belo [ todos os poemas ]
quinta-feira, setembro 17, 2015
Côr de ovos azuis
Ovos azuis ?
Reclamou a professora , indignada , interrompendo a leitura
da minha redacção , enquanto a turma se agitava em risinhos de troça e segredinhos maliciosos.
Ovos azuis , sim , senhora professora , respondi eu .
_ A minha galinha põe ovos azuis _ .
_ A menina está a brincar comigo ? _
_ Já viu alguma galinha pôr ovos azuis ? _
Sente-se imediatamente e faça já outra redacção _.
Reclamou a professora , indignada , interrompendo a leitura
da minha redacção , enquanto a turma se agitava em risinhos de troça e segredinhos maliciosos.
Ovos azuis , sim , senhora professora , respondi eu .
_ A minha galinha põe ovos azuis _ .
_ A menina está a brincar comigo ? _
_ Já viu alguma galinha pôr ovos azuis ? _
Sente-se imediatamente e faça já outra redacção _.
Voltei para o meu lugar , de cabeça erguida , enfrentando a galhofa da turma.
Não baixei os olhos , apenas os senti escurecer , num desafio.
Durante o recreio fiquei na aula, de castigo.
Mas não fiz outra redacção.
Depois do "toque", a professora chamou-me para que lesse , em voz alta , a segunda versão .
Comecei ...
Era uma vez uma galinha branca que punha ovos brancos ... só porque não a deixavam pôr ovos azuis .
Maria José Balancho
imagem _ maude white
Porém , há os que ensinam , outros que tentam aprender , Escrita Criativa . . .
Etiquetas:
coisitas minhas,
escrita criativa
sábado, setembro 12, 2015
Côr de agradecimento
Agradeço
as visitas e palavras deixadas na publicação anterior .
O meu cansaço permanece , porém , a vontade / necessidade de compartilhar aquilo que considero interessante e gosto , com alguns amigos , " falou mais alto " .
Falo - ei mais lentamente .
Um abraço para quem gostar de abraços e um beijo para quem destes gostar ,
Maria
imagem _ Christian Schloe _
Etiquetas:
agradecer,
coisitas minhas
Subscrever:
Mensagens (Atom)