A _ cor _ dar , é preciso !


terça-feira, março 31, 2009

Côr de cartaz .



Na
parede de um botequim de Madrid , um cartaz avisa ...
Proibido cantar.
Na parede do aeroporto do Rio de Janeiro, um aviso informa ...
É proibido brincar com os carrinhos porta-bagagem.
Ou seja ...
Ainda existe gente
que canta, ainda existe gente que brinca !


Eduardo Galeano

segunda-feira, março 30, 2009

Côr de ... Love .



Boa Semana , para todos !

domingo, março 29, 2009

Côr de ... Bom Domingo .



Dedicado ás pessoas que , ainda , têm medo

dos

" animais " !!!

sábado, março 28, 2009

Côr de ... a olhar .



Diego não conhecia o mar
e
seu pai , Santiago Kovadloff , levou-o para que descobrisse a imensidão.
Viajaram para o sul.
Quando o menino viu o mar, sentiu algo mais forte que ele que ficou mudo de tanta beleza.
E quando finalmente conseguiu falar, tremendo, gaguejando, pediu ao pai ...

_ Me ajuda a olhar _



Eduardo Galeano _ O livro dos abraços _

sexta-feira, março 27, 2009

Côr de ... Teatro .



É comum ouvirmos dizer que o teatro começou na Grécia, há muitos séculos atrás.
Mas existem outros exemplos de manifestações teatrais anteriores aos gregos.
Mesmo os rituais pré - hitóricos são uma forma de representação , e , portanto , Teatro .

Mas
hoje , apetece -me , falar dos afectos nesta Arte _ e tanto havia a dizer _
Como em qualquer outra , não consigo vê -la só com os olhos físicos .

Capturá-la com o olhar , mas logo a seguir entra o senti-la .
Uma representação tem que me arrepiar , emocionar , por vezes até ao choro _ e o choro pode irromper porque algo de belo aconteceu _
Tem que entrar em mim e ir brincar com o bichinho que cá existe desde o tempo em que também pintava a cara e tinha cólicas nervosas antes de enfrentar o chamado público.

É tão dolorosamente saboroso estar num palco , que essa sensação nunca nos larga ...

fica para a vida , em todos os aspectos!
E se disser que somos actores diarimente , não estou a ser irónica nem moralista.
Todos temos os nossos códigos de comportamente , e mesmo sendo os mais verdadeiros e sinceros ,
fazemos momices com o nosso eu .

E até mesmo no silêncio há teatro.

Para um teórico a arte não é isto , mas como não sou uma estudiosa do assunto , e sim uma consumidora viciada , que , cada vez mais , apanha a vida com as mãos do coração . . .
Um grande Obrigada aos actores !

quinta-feira, março 26, 2009

Côr de sábio



O
velho sábio abandonou a floresta dos mitos e encontrou um charco...
escutou uma rã e viu-a saltar .
Tão simples , pensou.
As rãs eram numerosas e desiguais , no charco onde viviam.
Talvez não seja assim tão simples, pensou.
E sentou-se à beira do charco ,
a vê-las e a ouvi-las ser diferentes umas das outras.!

Contos espirituais do Oriente

quarta-feira, março 25, 2009

Côr de ... queria escrever .



Eu queria escrever-te uma carta
amor,
uma carta que dissesse
deste anseio de te ver
deste receio de te perder
deste mais que bem querer que sinto
deste mal indefinido que me persegue
desta saudade a que vivo todo entregue...
Eu queria escrever-te uma carta
amor,
uma carta de confidências íntimas,
uma carta de lembranças de ti,
de ti
dos teus lábios vermelhos como tacula
dos teus cabelos negros como dilôa
dos teus olhos doces como macongue
dos teus seios duros como maboque
do teu andar de onça
e dos teus carinhos
que maiores não encontrei por aí...
Eu queria escrever-te uma carta
amor,
que recordasse nossos dias na capôpa
nossas noites perdidas no capim
que recordasse a sombra que nos caía dos jambos
o luar que se coava das palmeiras sem fim
que recordasse a loucura da nossa paixão
e a amargura da nossa separação.
Eu queria escrever-te uma carta
amor,
que a não lesses sem suspirar
que a escondesses de papai Bombo
que a sonegasses a mamãe Kiesa
que a relesses sem a frieza do esquecimento
uma carta que em todo o Kilombo
outra a ela não tivesse merecimento...
Eu queria escrever-te uma carta
amor,
uma carta que ta levasse o vento que passa
uma carta que os cajus e cafeeiros , que as hienas e palancas , que os jacarés e bagares
pudessem entender
para que se o vento a perdesse no caminho , os bichos e plantas compadecidos do nosso pungente sofrer
de canto em canto
de lamento em lamento
de farfalhar em farfalhar
te levassem puras e quentes , as palavras ardentes , as palavras magoadas
da minha carta
que eu queria escrever-te amor.
Eu queria escrever-te uma carta ...
Mas, ah , meu amor, eu não sei compreender por que é , porque é , meu bem
que tu não sabes ler
e

eu - oh, desespero - não sei escrever , também !



António Jacinto

terça-feira, março 24, 2009

Côr de ... por favor .

Ajude os passarinhos

Embrulhe as pastilhas elásticas antes de as deitar fora .
Atraídos pelo cheiro adocicado e sabor a fruta , os passarinhos comem os restos de chicletes , deixados irresponsavelmente em qualquer lugar.

_O indicado seria o lixo , por todos os motivos _

Ao sentirem a pastilha colada ao bico ,tentam desesperadamente , retirá-lo , com as patitas .
E aí acontece o pior …
Acabam por morrer sufocados .


Por favor ...
cuide da Natureza
e de todos que dela fazem parte.
Obrigada

segunda-feira, março 23, 2009

Côr de ... água .




Em todas as tribos primitivas , a água simbolizou a vida.
Era um dos elementos básicos a ser adorado e respeitado como um deus !


Mas mesmo na actualidade a água continua a ser primordial à vida de qualquer espécie vivente .
Ela é 85 por cento do corpo humano .
Quando se fala de outros planetas visitados ou estudados , a água é uma das preócupações.

Mas para lá de toda a sua importância á existência a água tem uma beleza irrestivel .
Seja no correr mais calmo dos rios ou mais revolto do mar .
É macia ao toque e ao paladar .
Purifica -nos por dentro e por fora .

É infinitamente adapetável , não conhece a rigidez ... Ganha a forma onde é contida , mas continua ela ... não é prisioneira , é só ajustável .

Quando pura move-se e flui para o que determina ser a sua meta . Se pára torna-se morta estagnada , adormecida .
Tem tido , momentos de grande revolta , causado sofrimento , mas quando um ser age revoltado , muitas das vezes , há um porquê !

Temos tanto a aprender com Ela ... !

Tentemos avançar , também , para atingir o nosso infinito mas com leveza e flexidez ... porque o gelo não passa de um ser que era água e que enrijeceu .
E tentemos , ainda , que a tranquilidade se apodere de nós , para que a mesma se estenda a tudo que vive !

domingo, março 22, 2009

Côr de acaso de existir .


Entrei
no café com um rio na algibeira
e
pu-lo no chão, a vê-lo correr da imaginação .
A seguir, tirei do bolso do colete nuvens e estrelas
e
estendi um tapete de flores a concebê-las.
Depois, encostado à mesa , tirei da boca , um pássaro a cantar
e
enfeitei com ele a natureza das árvores em torno a cheirarem ao luar que eu imagino.
E agora
aqui estou a ouvir
a melodia sem contorno
deste acaso de existir ,
onde só procuro a beleza para me
iludir dum destino
!


José Gomes Ferreira

sábado, março 21, 2009

Côr de dia da Poesia



Sábias agudezas ,
refinamentos ... não!
Nada disso encontrarás aqui.

Um poema não é para te distraíres como com essas imagens mutantes de caleidoscópios.
Um poema não é quando te deténs para apreciar um detalhe
Um poema não é também quando paras no fim , porque um verdadeiro poema continua
sempre ...
Um poema que não te ajude a viver e não saiba preparar-te para a morte não tem sentido.
É um pobre chocalho de palavras.!



Mario Quintana

sexta-feira, março 20, 2009

Côr de Primavera .



Depois do Inverno, morte figurada,
A primavera, uma assunção de flores.
A vida renascida
e
celebrada
num festival de pétalas e cores.


Miguel Torga

quinta-feira, março 19, 2009

quarta-feira, março 18, 2009

Côr de visitante sacro .



Na casa
inefavelmente circulam

olhos de ouro vibre_ em ouro _
a volúpia o escuro tenso

vulto do deus sutil
indecifrado
na casa
o imperecível mito
se aconchega quente , macio,
ei-lo
em nossos braços
visitante de um tempo sacro_ ou de um não tempo _ !
Orides Fontela

terça-feira, março 17, 2009

Côr de ... porque gosto .


Porque
gosto da noite , da lua , de rios , de mãos
e
porque gosto , muito , desta música !

segunda-feira, março 16, 2009

Côr de Buenos Aires .



Tango
... uma dança que vence a lei da gravidade,
No par , nenhum dos dois é vencido ,
E
É uma proposta de voo
!


Adlfo Gutkin _ em Câmara Clara _

domingo, março 15, 2009

Côr de preto e branco .



Sei
que se discute muito se eu distingo ou não as cores.
É verdade que separo as mais importantes , umas das outras.
O que eu posso dizer - vos em definitivo é que o mundo das cores está longe de ser tão importante para mim como para os humanos.
Por isso , eu acho que nunca escolheria a profissão de pintor de arte .
E se fosse realizador de cinema , preferia filmar a preto e branco.
Por estranho que possa parecer-vos , há coisas mais importantes para mim que o mundo das cores !

José Jorge Letria _ Lingua de gato _

sábado, março 14, 2009

Côr de O meu Menino Jesus

Num meio dia de fim de Primavera
Tive um sonho como uma fotografia.
Vi Jesus Cristo descer à terra.

Veio pela encosta de um monte ,
tornado outra vez menino,
A correr e a rolar-se pela erva ,
E a arrancar flores para as deitar fora ,
E a rir-se de modo a ouvir-se de longe.

Tinha fugido do céu
!

Era nosso demais para fingir de segunda pessoa da Trindade.
No céu tinha que estar sempre sério .
E de vez em quando de se tornar outra vez homem
E subir para a cruz , e estar sempre a morrer ./

Um dia que Deus estava a dormir e o Espirito Santo andava a voar,
Ele foi à caixa dos milagres e roubou três.
Com o primeiro fez que ninguém soubesse que ele tinha fugido .
Com o segundo criou-se eternamente humano e menino.
Com o terceiro criou um Cristo eternamente na cruz
E deixou-o pregado na cruz que há no céu ,
E serve de modelo às outras.
Depois fugiu para o Sol ,
E desceu pelo primeiro raio que apanhou.
Hoje vive na minha aldeia comigo.
É uma criança bonita de riso natural ,
Limpa o nariz ao braço direito ,
Chapinha nas poças de água , colhe as flores e gosta delas e esquece-as./
A mim ensinou-me tudo.
Ensinou-me a olhar para as coisas.
Aponta-me todas as cores que há nas flores.
Mostra-me como
pedras são engraçadas quando a gente as tem na mão e olha devagar para elas.

O Menino Jesus adormce nos meus braços
E eu levo-o ao colo para casa
.

Ele mora comigo na minha casa a meio do outeiro.
Ele é a Eterna Criança , o deus que faltava .
Ele é o humano que é natural, Ele é o divino que sorri e que btinca.

A Criança Nova que habita onde vivo, dá uma mão a mim e a outra a tudo que existe .

Damo-nos tão bem um com o outro , na companhia de tudo , que nunca pensamos um no outro.

Mas vivemos juntos e dois , como a mão direita e a esquerda .

Ao anoitecer brincamos as cinco pedrinhas. Graves ,como convém a um deus e a um poeta.
Depois eu conto-lhe histórias das coisas e dos homens
E ele sorri , porque tudo é incrivel.

Depois ele adormece e eu deito-o.
Levo-o ao colo para dentro de casa , despindo-o lentamente , e como seguindo um ritual muito limpo , e todo materno , até ele estar nu .
Ele dorme dentro da minha alma .
E às vezes acorda de noite e brinca com os meus sonhos .

Quando eu morrer , filhinho , seja eu a criança , o mais pequeno,
Leva-me tu ao colo
E leva-me para dentro da tua casa
.
Despe o meu ser cansado e humano
E deita-me na tua cama.
E conta-me histórias , caso eu acorde , para eu tornar a adormecer .
E dá-me sonhos teus para eu brincar
Até que nasça qualquer dia
Que tu sabes qual é .



Fernando Pessoa _ Alberto Caeiro _

Para ti C , que te emocionaste , até ao soluço , quando , pela primeira vez , ouviste , na integra , este maravilho poema !

sexta-feira, março 13, 2009

Côr de amor sapiente .



Um amor sapiente tem no tacto
Para encontrar a luz que acende nos corpos...
Iluminados flancos , dom inato de achar o brilho que escorre pelos contornos.

No esplendor da nudez , um país puro
De estátuas ao bronze e ao mármore chama.
E engendram os dedos o claro percurso
Da pedra até ficar na forma humana .

Límpida arte que no sol mergulha
Buscando a vida luminosa e alta
E na magia branca da escultura
Instiga o ouro de uma manhã que falta !

Natália Correia

quinta-feira, março 12, 2009

Côr de expresão .



Bem aventurados os pintores escorrendo luz
Que se expressam em verde ,azul , ocre , cinza , zarcão .
Bem aventurados os músicos...
E os bailarinos e os mímicos e os matemáticos...

Cada qual na sua expressão!

Só o poeta é que tem que lidar com a ingrata linguagem alheia...
A impura linguagem dos homens !

Mário Quintana

terça-feira, março 10, 2009

Côr de ... porque .



Porque gosto , tanto , de mãos ?

Porque sim , como algumas crianças dizem ,
ou
lá no fundo , talvez , porque ...
Com elas o cego , o mudo fala ,
Com elas acaricias,

Com elas amas ,
Com elas diminuis uma dor , ou mesmo curas ,

Com elas ensinas e aprendes ,
Com elas fazes poesia ,

Com elas pintas ,
Com elas dizes sim ,
Com elas semeias e regas a semente ,
Com elas dás milho ás aves ,
Com elas aplaudes ...
Com elas suplicas e agradeces ,

Com elas recebes e dás ,
Com elas , enfim , abarcas a vida , e ... sem discursos !


E são únicas ...

somos responsáveis por elas ... tanto no bem como no mal .!

segunda-feira, março 09, 2009

Côr de ... cor ?!



_Era uma vez uma galinha branca que punha ovos azuis...

Ovos azuis ?
Reclamou a professora , indignada , interrompendo a leitura da minha redacção , enquanto a turma se agitava em risinhos de troça e segredinhos maliciosos.
- Ovos azuis , sim , senhora professora , respondi eu .
A minha galinha põe ovos azuis _ .
_ A menina está a brincar comigo ?
Já viu alguma galinha pôr ovos azuis ?
Sente-se imediatamente e faça já outra redacção _.
Voltei para o meu lugar, de cabeça erguida, enfrentando a galhofa da turma.
Não baixei os olhos , apenas os senti escurecer, num desafio.

Durante o recreio fiquei na aula, de castigo.
Mas não fiz outra redacção.
Depois do "toque", a professora chamou-me para que lesse , em voz alta , a segunda versão .
Comecei ...

_ Era uma vez uma galinha branca que punha ovos brancos ...Só porque não a deixavam pôr ovos azuis.!


Maria José Balancho

domingo, março 08, 2009

Côr de ... todos .



Que
todos os seres
em todos os mundos ,
consigam ser felizes e bem aventurados.
Felizes os felizes !

sábado, março 07, 2009

Côr de jardineiro que somos .


Todo
jardim começa com uma história de amor.
Antes que qualquer árvore seja plantada ou um lago contruído ,
é preciso
que eles tenham nascido dentro da alma .

Quem não planta
jardim por dentro, não planta jardins por fora
e
nem passeia por eles
!



Rubem Alves

sexta-feira, março 06, 2009

Côr de andorinhas .



Era uma tarde ensolarada de final de Inverno.
Por detrás da vidraça, apoiando o queixo na mão aberta e o cotovelo no peitoril da janela, estavam uns olhos claros, num rosto de serenidade, contemplando o horizonte.
Era um prédio alto, numa zona alta da cidade, o que permitia ver os telhados de outras casas mais baixas e ainda abria espaço para muito céu.
Quem se comportava de tal modo absorto, era artista.
Só podia ser.
Sorriu
!

Um bando de andorinhas chilreava e volteava quase diante da sua janela
!

Que encanto
!
Sentiu-se despertar.
As andorinhas pousavam nos fios de electricidade e assim colocadas parecia que escreviam uma pauta musical.
Depois levantavam voo e dançavam alegremente.
Uma delas pousou num telhado bem próximo daquela janela.
E tudo começou
!

Era um diálogo entre uma humana e uma ave, mas resultou.
_ Andorinha , gosto tanto de ti, tens um ar tão doce, como gostaria de te pintar...
Importas-te de posar para mim
?
_
A andorinha sentiu-se lisongeada , alisou as penas da asa , endireitou a cabecita e ali permaneceu enquanto decorria a pintura.
Bem lhe custava estar tanto tempo parada enquanto as amigas se divertiam, mas queria ser generosa
Acabado o trabalho, a artista pousou os pinceis, agradeceu fervorosamente à andorinha que esperava para ver a obra.
Mostrou-lhe o retrato.
A andorinha fixou os dois olhitos, saltitou para mudar de posição e sentiu o seu coraçãozito bater acelaradamente.
Levantou voo e foi ver o seu reflexo numa janela próxima.
Não podia ser
!
Naquela folha branca estava algo diferente de si !
Aquele olho era igual ao de uma sardinha assada que ela tinha visto...
As suas asitas , penteadas com tanto primor, tinham ficado espalmadas e o seu corpo transformado numa sequência de espinhas...
Afinal naquela obra-prima ela era Uma Andorinha no Espeto
!
Inspirou profundamente e sem olhar para trás voou para bem longe, assustada.
Quando pousou no alto de uma palmeira e se sentiu em segurança tentou recompor-se. Repousou a cabeça na lágrima de Cristo que lhe adornava o peito e ainda pensou ...
Coitadita da pintora ... se calhar estava com fome
!


Este texto foi escrito e oferecido por uma amiga , pois só amigos brincam e sabem fazê-lo .
Obrigada M. F . pela prosa poética .

Entretanto , fiquei a pensar na a
vezita e no trauma que posso ter provocado .
Procurei-a _ demorou uns dias _ mas consegui encontrá-la .
Pedi-lhe que tentasse perceber que nem sempre aquele que pinta transmite a relidade dos outros , mas a sua , no momento .
Mas queria compensá-la ...

Recorri a outro registo ...
e
deste gostou.
Ficamos amigas , como convem , entre os animais
!

quarta-feira, março 04, 2009

Côr de olhos de poeta .



Ela entrou , deitou-se no divã e disse _ acho que estou a ficar louca _.

Eu fiquei em silêncio aguardando que ela me revelasse os sinais da sua loucura.

_ Um dos meus prazeres é cozinhar. Vou para a cozinha, corto as cebolas, os tomates, os pimentões - é uma alegria!

Entretanto, faz uns dias, eu fui para a cozinha para fazer aquilo que já fizera centenas de vezes , cortar cebolas.

Acto banal sem surpresas.

Mas , cortada a cebola, eu olhei para ela e tive um susto. Percebi que nunca havia visto uma cebola. Aqueles anéis perfeitamente ajustados, a luz se refletindo neles , tive a impressão de estar vendo a rosácea de um vitral de catedral gótica.

De repente, a cebola, de objeto a ser comido, se transformou em obra de arte para ser vista!

E o pior é que o mesmo aconteceu quando cortei os tomates, os pimentões... Agora, tudo o que vejo me causa espanto.

_ Ela se calou, esperando o meu diagnóstico_ .

Eu me levantei, fui à estante de livros e de lá retirei as "Odes Elementales" , de Pablo Neruda. Procurei a "Ode à Cebola" e disse ... _ Essa perturbação ocular que a acometeu é comum entre os poetas _.

Veja o que Neruda disse de uma cebola igual àquela que lhe causou assombro ... 'Rosa de água com escamas de cristal'.

Não, você não está louca. Você ganhou olhos de poeta... Os poetas ensinam a ver".


Rubem Alves

terça-feira, março 03, 2009

Côr de muito carinho .



O coração da tera está doente !

E toda a forma de vida existente nela sofre da mesma doença.
A chamada ressonância Shumann está alterada .
E dessa alteração , o desiquilibrio alastra por todo este belo planeta azul .

Gaia precisa de adquirir , nóvamente , a sua chamada normalidade.
Mas assim como nós precisamos dela ela necessita de nós.

Temos que reapreender a fazer tudo sem pressas , com mais serenidade , com mais harmonia e amor .
Temos que ter a coragem de ser anticultura dominante , que nos obriga a ser cada vez mais competitivos e efectivos .

Precisamos de respirar junto com a Terra ... para conspirar com ela pela paz.

Mas tudo isto com muito suavidade e carinho.

segunda-feira, março 02, 2009

Côr de centro do universo .



Iniciou e terminou o programa Câmara Clara com este interprete _ David Bowie .

Raramente deixo de assistir a este programa , porque raramente os temas tratados não são interessantes .
É evidente que uns me dizem mais que outros, como ao comum dos mortais .
Não sou perdidamente fã de astronomia , mas a forma como o assunto foi conduzido _ o que acontece com frequência _ prendeu-me .
Rendi-me à ultima fala da cientista Rosa Doran , sobretudo à parte final , que diz mais ou menos isto ... acerca do caminho evolutivo que a Terra tem vivido até ao momento ...

_ Passamos de uma época em que a terra era o centro do Universo , depois o Sol em seguida a nossa Gláxia.
Agora já não há centro.
O Universo é uma coisa enorme ou se calhar um pequeno pedaço cheio de pequenos centros de outros universos ...

Mas é necessário termos centro dentro de nós , que nos permita deixar de ser o centro do universo

domingo, março 01, 2009