A _ cor _ dar , é preciso !
quinta-feira, maio 29, 2014
sábado, maio 24, 2014
Côr de ?
Das toupeiras aprendemos a cavar túneis.
Dos castores, aprendemos a fazer diques.
Dos passaros , aprendemos a fazer casas.
Das aranhas , aprendemos a tecer.
Do tronco que rodava ladeira abaixo , aprendemos a roda.
Do tronco que flutuava à deriva , aprendemos a nau.
Do vento , aprendemos a vela.
Quem nos terá ensinado as manhas ruins ?
De quem aprendemos a atormentar o próximo
e
a humilhar o mundo ?
Eduardo Galeano _ Bocas do tempo _
imagem _ Diane Desmarais _
quinta-feira, maio 22, 2014
quinta-feira, maio 15, 2014
Côr de ternura
eu , bruma , rasguei-me num espinheiro
mas não perdi a ternura pelos caminhos
Liria Porto
imagem _ Rebeca L. Guay _
O
que é nosso , não se perde .
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coisitas minhas,
liria porto
quarta-feira, maio 14, 2014
Côr de amoras
Como as inquietas aves ribeirinhas ,
também nós fazemos em Agosto
a nossa safra de amoras ,
evitando com prudência os picos
que as dificultam e tornam cobiçadas .
Bendita sejas , irmã silva , que nos dás
as amoras e os picos .
Que de tudo se precisa nesta vida .
[ Na outra , por enquanto , não se sabe. ]
A.M.Pires Cabral
imagem _ Cicely M . Barker _
sábado, maio 10, 2014
Côr de raízes
Não
entraste nesta casa para que te arrancasse
um pedaço de ser .
Talvez quando te fores leves algo meu . . .
castanhas , rosas ou uma segurança de raízes . . .
Pablo de Neruda
imagem _ Chema Madoz _
Uma segurança de raízes . . .
Desde criança que a busco . . .
É essa segurança que permite que não percamos o norte , quando voamos .
Que saibamos o momento certo do não e do sim .
Que a crença não nos abandone .
Que mesmo desiludidos com o ser humano , não
o deixemos de amar .
Que saibamos ler os sinais .
E premissa primeira , que nos amemos e respeitemos
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coisitas minhas,
pablo de Neruda
sábado, maio 03, 2014
Côr de pequenina luz
Uma pequenina luz bruxuleante
não na distância brilhando no extremo da estrada
aqui no meio de nós e a multidão em volta ,
une toute petite lumière
just a little light
una picolla... em todas as línguas do mundo
uma pequena luz bruxuleante
brilhando incerta mas brilhando
aqui no meio de nós
entre o bafo quente da multidão
a ventania dos cerros e a brisa dos mares
e o sopro azedo dos que a não vêem
só a adivinham e raivosamente assopram .
Uma pequena luz
que vacila exacta
que bruxuleia firme
que não ilumina apenas brilha.
Chamaram-lhe voz ouviram-na e é muda .
Muda como a exactidão como a firmeza
como a justiça .
Brilhando indeflectível.
Silenciosa não crepita
não consome não custa dinheiro .
Não é ela que custa dinheiro .
Não aquece também os que de frio se juntam .
Não ilumina também os rostos que se curvam .
Apenas brilha bruxuleia ondeia
indefectível próxima dourada .
Tudo é incerto ou falso ou violento . . . brilha
Tudo é terror vaidade orgulho teimosia . . . brilha.
Tudo é pensamento realidade sensação saber . . . brilha.
Tudo é treva ou claridade contra a mesma treva . . .brilha.
Desde sempre ou desde nunca para sempre ou não . . . brilha.
Uma pequenina luz bruxuleante e muda
como a exactidão como a firmeza
como a justiça .
Apenas como elas .
Mas brilha
Não na distância.
Aqui ,No meio de nós ,
Brilha .
Jorge de Sena
sexta-feira, maio 02, 2014
Côr de doce mel
À noite ,
enquanto dormia , sonhei ,
bendita ilusão ,
que uma colmeia vivia
dentro do meu coração .
E as douradas abelhas
iam fabricando dentro dele ,
com as amarguras velhas ,
cera branca e doce mel .
António Machado
imagem _ Marcelo Dhosh _
quinta-feira, maio 01, 2014
Há
quarenta anos , o 1º de Maio foi assim . . .
A todos
Que saíram às ruas
corpo - máquina cansado ,
A todos
Que imploram feriado
Às costas que a terra extenua
Primeiro de Maio !
Meu mundo , em primaveras ,
Derrete a neve com sol gaio .
Sou operário
Este é o meu maio !
Sou camponês
Este é o meu mês .
Sou ferro
Eis o maio que eu quero !
Sou terra
O Maio é minha era !
Vladimir Maiakovski
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