
A minha casa é concha.
Como os bichos segreguei-a com paciência.
Fechada de marés , a sonho e lixos ,
O horto e os muros só areia e ausência.
Minha casa sou eu e os meus caprichos.
O orgulho carregado de inocência.
Se às vezes dá uma varanda , vence-a o sal que os santos esboroou nos nichos.
E telhados de vidro , e escadarias frágeis , cobertas de hera , oh bronze falso.
Lareira aberta ao vento , salas frias.
A minha casa ... Mas é outra história ...
Sou eu ao vento e à chuva descalço,
Sentado numa pedra de memória !
Vitorino Nemésio
Sem comentários:
Enviar um comentário