
Não,
não ofereço perigo algum ...
sou quieta como folha de outono esquecida entre as páginas de um livro , definida e clara como o jarro com a bacia de ágata no canto do quarto. Se tomada com cuidado , verto água límpida sobre as mãos para que se possa refrescar o rosto , mas se tocada por dedos bruscos num segundo me estilhaço em cacos , me esfarelo em poeira dourada.
sou quieta como folha de outono esquecida entre as páginas de um livro , definida e clara como o jarro com a bacia de ágata no canto do quarto. Se tomada com cuidado , verto água límpida sobre as mãos para que se possa refrescar o rosto , mas se tocada por dedos bruscos num segundo me estilhaço em cacos , me esfarelo em poeira dourada.
Tenho pensado se não guardarei indisfarçáveis remendos das muitas quedas , dos muitos toques , embora sempre os tenha evitado .
Aprendi que minhas delicadezas nem sempre são suficientes para despertar a suavidade alheia , e mesmo assim ...
insisto ....
Caio F. de Abreu _ Os dragões não conhecem o paraíso _
1 comentário:
*
Gostei, muito !
,
folhas guardadas
nas folhas dos livros,
que abrigam
um mar de insistências !
,
Conchinhas,
,
*
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