
*
Deixa ficar a flor ,
A morte na gaveta ,
O tempo no degrau.
Conheces o degrau ...
O sétimo degrau
Depois do patamar .
O que range ao passares.
O que foi esconderijo
Do maço de cigarros
Fumado às escondidas...
Deixa ficar a flor.
E nem murmures.
A morte na gaveta ,
O tempo no degrau.
Conheces o degrau ...
O sétimo degrau
Depois do patamar .
O que range ao passares.
O que foi esconderijo
Do maço de cigarros
Fumado às escondidas...
Deixa ficar a flor.
E nem murmures.
Deixa o tempo no degrau ,
A morte na gaveta.
Conheces a gaveta ...
A morte na gaveta.
Conheces a gaveta ...
A primeira da esquerda ,
Que se mantém fechada .
Quem atirou a chave
Pela janela fora ?
Na batalha do ódio ,
Destruam-se , fechados ,
Sem tréguas , os retratos!
Deixa ficar a flor.
A flor ?
Que se mantém fechada .
Quem atirou a chave
Pela janela fora ?
Na batalha do ódio ,
Destruam-se , fechados ,
Sem tréguas , os retratos!
Deixa ficar a flor.
A flor ?
Não a conheces.
Bem sei . Nem eu . Ninguém.
Deixa ficar a flor.
Não digas nada. Ouve.
Não ouves o degrau ?
Quem sobe agora a escada ?
Como vem devagar !
Tão devagar que sobe ...
Não digas nada . Ouve ...
É com certeza alguém ,
Alguém que traz a chave.
David Mourão Ferreira
Sem comentários:
Enviar um comentário