A _ cor _ dar , é preciso !


sábado, abril 24, 2010

Côr de ... o que faz falta .

5 comentários:

Luis Filipe Gomes disse...

E agora Maria? que a malta foi avisada; que a malta foi animada, acordada, e até empurrada; que a malta foi agitada e libertada. Agora que a malta avisada recebeu o poder? Porque se alheia e esmorece em dormência, apática e inerme se deixa acorrentar, irresponsavelmente?

Lilazdavioleta disse...
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Lilazdavioleta disse...
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Lilazdavioleta disse...

Luis ,
as tuas perguntas são de retórica , como sabemos .
Este tema dava não para uma conversa , mas para uma tese .
Entretanto , vou tentar tirar alguns excertos de um poema e colocá - los aqui , e pode ser que seja uma achega ...

Um povo imbecilizado e resignado,
fatalista e sonâmbulo, burro de carga /
aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias,
sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice,
pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas;
um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai;
um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom,
e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que
um lampejo misterioso da alma nacional,
reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta.

Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula,
não descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha,
sem carácter, havendo homens que, honrados na vida íntima,
descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas,
capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira à falsificação, da violência ao roubo, donde provém que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis no Limoeiro.

Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo;
este criado de quarto do moderador; e este, finalmente,
tornado absoluto pela abdicação unânime do País.

A justiça ao arbítrio da Política,
torcendo-lhe a vara ao ponto de fazer dela saca-rolhas.

Dois partidos sem ideias, sem planos, sem convicções,
incapazes, vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos,
iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero,
e não se malgando e fundindo, apesar disso,
pela razão que alguém deu no parlamento,
de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar."


Guerra Junqueiro .

Lilazdavioleta disse...

Sabes , este tema provoca - me muita tristeza .

Por isso preciso e quero ter esperança .

Pode ser que um dia ... !