A _ cor _ dar , é preciso !


quarta-feira, outubro 31, 2007

Côr de ensaios.



Se
Podes conservar o teu bom senso e a calma
Num mundo a delirar, para quem o louco és tu.
Se podes crer em ti, com toda a força de alma,
Quando ninguém te crê ...
. . .
Se podes dizer bem de quem te calunia,
Se dás ternura em troca aos que te dão rancor
( mas sem afectação do santo que oficia
nem pretenções de sábio a dar lições de amor )

Se podes esperar, sem fatigar a esperança.
Sonhar, mas conservar-te acima do teu sonho.
Fazer do pensamento um arco de aliança
Entre o clarão do inferno e a luz do céu rizonho.

Se podes resistir à raiva à vergonha,
De ver envenenar as frases que disseste,
E que um velhaco emprega, eivadas de pessonha,
Com falsas intencões que tu jamais lhes deste.

Se podes ver por terra as obras que fizeste,
Vaiadas por malsins, desorientando o povo.
E sem dizeres palavra, e sem um termo agreste,
Voltares ao pincipio, a construir de novo.

Se puderes obrigar o coração e os musculos
A renovar um esforço, há muito vacilante.
Quando o teu corpo, afogado em crepúsculo,
Só exista a vontade a comandar avante.
. . .
Se quem conta contigo encontra mais que a conta.

Se podes empregar os sessenta segundos do minuto
que passa, em obras de tal monta,
Que o minuto se espraia em séculos fecundos.

Então, ó ser sublime, o mundo inteiro é teu.
Já dominaste os reis, os tempos ,os espaços.

Mas,ainda, para além, um novo sol rompeu,
Abrindo o infinito ao rumo dos teus passos.
Pairando numa esfera acima deste plano.
Sem receares, jamais, que os erros te retomem.


Quando já nada houver em ti que seja humano,
Alegra-te meu filho, então ... serás um Homem .!


Rudyard Kipling

Promessa cumprida.
E para que, cada uma, à sua maneira, recorde
tempos passados ... !

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