A _ cor _ dar , é preciso !


segunda-feira, junho 01, 2009

Côr de ... criança .



Picasso,
ao visitar uma exposição de desenhos de crianças disse ...
Quando tinha esta idade , desenhava como Rafael .
Precisei de toda uma vida ,
para
aprender
a desenhar
como
crianças !
*
*
imagem _ desenho de uma criança _

8 comentários:

Luis Filipe Gomes disse...

É exagero do Picasso que em criança
desenhava bem, mas como uma criança que tem um pai que é pintor. Ou seja, talvez alguma precocidade, mas não um Rafael, esse sim precoce mais do que o Picasso. Ele bem sonhou em ser considerado um prodígio como o Mozart, mas não, é antes outra coisa. O Raoul Duffy, ou o Matisse, sim. Levaram a vida inteira nessa busca de pureza original, dessa capacidade de espanto que permite um entendimento profundo e uma expressão própria sem contaminações. O Picasso morria de inveja do Matisse, possivelmente roubou-lhe parte da frase.
Luís

flor-de-lótus disse...

Olá Amiga!
Concordo plenamente com o que disse Picasso... Se é que o disse!
Consegue-se andar uma vida inteira para aprender a desenhar como uma criança e não é garantido que se consiga.As crianças desenham o que pensam os adultos pensam para desenhar.....
Beijinho grande.

flor-de-lótus disse...

Pensando melhor, claro que Picasso
disse.... só um génio como ele poderia fazer essa afirmação.

Muitos beijinhos.

Lilazdavioleta disse...

Luis ,
Não gostas do Picasso ... :)
Eu , apenas de algumas coisas . Mas na maioria , não . ( e como gente definitivamente , não )
Que a frase seja dele ... Foi-lhe atribuída . Ainda ontem , no programa Câmara Clara , falaram disso. A atribuída a Matisse anda mais ou menos por lá _ " O génio ñ é mais do que um regresso à infância " _

Mas , os exageros das frases ditas históricas e até a sua autoria , é um assunto velho como a terra .
Qto à inveja que Picasso nutria por Matisse ... era disfarçada por uma amizade discreta, segundo biografia deste último .
Este , que é um dos meus preferídos.Raoul Duffy , nem tanto .
Entretanto , agradeço a tua visita.
Um beijinho ,
Maria

Lilazdavioleta disse...

Olá flor-de-lótus ,
gostei muito da tua consideração ... " as crianças desenham o que pensam e os adultos pensam ... " .
Mas , ainda há adultos com a sua criança mto pura e quase intacta , felizmente.
O que nem sempre acontece com alguns , considerados , génios .
Tu tens um pequeno em casa .
Oxalá ñ o estraguém .
beijo mto grande e obrigada pela visita .

Lilazdavioleta disse...

Este comentário foi-me enviado , via e-mail , por um amigo .
Achei-o mto interessante .
Resolvi publicá-lo , por isso mesmo .
Obrigada G.Paulo , e continue igual a si mesmo .

beijinhos

"_ Ontem vi o seu blog...
gostei, das cores de picasso e dos comentários dos visitantes...
não sei se o picasso era feliz ,
ou vivia uma triste confusão emocional, psicológica ou social...
Como ele via ? O que via?...
... via à maneira dele , como tantos incógnitos inocentes... _ "

Luis Filipe Gomes disse...

Todos os que estamos para além de Picasso lhe somos devedores. Muitos dos que falam e emitem juízos sobre ele viram poucas coisas dele, leram pouco do que ele escreveu, e estudaram pouco as suas multiplas facetas expressivas. A dimensão mítica que o próprio Pablo deu à sua persona está patente inclusivamente nas citações que julgamos serem dele ou que sem demora lhe atribuímos.
Quanto ao desenhar como as crianças o que o Picasso se estava referindo era a uma discussão muito presente durante todo o séc.XX que remete para a chamada arte primitiva ou arte fora dos padrões ocidentais. Foi tentador fazer o paralelo entre a criança que ainda não passou pela mão de nenhum educador artístico, com o bosquímane africano que nunca viu a arte europeia. Apesar de ser uma posição chauvinista da cultura europeia ela era bem intencionada e pretendia elevar as culturas ditas primitivas ao nível da arte dos museus em vez de descer ao nível inferior em que se julgava estarem estas culturas ditas primitivas. Por outras palavras discutia-se se uma escultura africana deveria permanecer no Museu do Homem, um museu de etnologia, ou se deveria estar no Louvre ao lado da escultura do Antigo Egipto.
Hoje sabemos que uma criança que deixe de desenhar em tenra idade quando chegar à idade adulta, se voltar a desenhar, desenhará como uma criança. Desenhará como a criança que foi quando deixou de desenhar.
Também sabemos que adultos que desde crianças não entrem em contacto com outras expressões artísticas além do seu meio se mantêm nesse estado de "pureza" primordial que atribuímos às crianças, e às culturas primitivas. É o caso entre nós de Rosa Ramalho ou de Franklin.
Por exemplo a invenção da prespectiva que é considerada como um triunfo na arte ocidental da renascença não é um valor absoluto em si no sentido do que é melhor ou pior, mais civilizado ou menos.
A prespectiva está ausente na arte das crianças, na arte dos artistas ditos ingénuos, naïf, e na arte oriental por exemplo. Não havendo prespectiva há outra coisa imperceptível: o tempo. Um rolo de pintura chineza pode descrever uma viagem, uma estação do ano, o percurso de um rio. Foi feito para se deslocar perante os nossos olhos como um filme. A prespectiva deixa de ser necessária, não porque não há um ponto de vista mas porque um só ponto de vista não é bastante.
Essa expressividade artística inata é em si um valor extraordinário e julgo existir em todos os seres humanos. O esforço individual levará à especialização e ao refinamento dessas qualidades. Por isso uns assobiam, outros cantam, outros têm hortas como jardins, outros tecem, outros cosem, outros cozinham, outros partem pedra, outros escrevem, outros desenham...outros educam os filhos.
Perdo-a-me a extensão do comentário vou parar.
Luís

Lilazdavioleta disse...

Óh luis ,
por favor nunca peças perdão pela extenção de comentários como este .
Agradeço , pois engrandecem este espaço .

obrigada,

beijo